VERDADES INCONVENIENTES PARA OS SINDICATOS
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Há menos de 5 semanas iniciamos a Campanha eleitoral da Petros. De lá pra cá, nós, da chapa União e Sustentabilidade, temos utilizado todo o espaço e formas de comunicação de modo propositivo, informativo e educativo, debatendo ideias e temas relevantes sobre a nossa previdência, e buscando engajar cada vez mais pessoas a acompanharem a Petros e participarem do processo eleitoral.
Infelizmente, nem todas as campanhas têm se pautado pela verdade ou por conteúdos informativos e propositivos que enriqueçam o debate de ideias. Na verdade, o forte apoio que nossas campanhas têm alcançado entre ativos e assistidos parece estar causando desespero em alguns adversários, que vêm lançando de forma sistemática ataques infundados e gratuitos aos nossos candidatos.
Além de desespero, a estratégia de atacar revela uma tentativa de escapar ao debate técnico e desviar a atenção do eleitor diante da falta de propostas concretas a problemas reais. Mais do que isso, revela o despreparo dos adversários ligados às Federações em lidar com questionamentos e temas que lhes causam desconforto, e que merecem ser tratados com transparência.
Reitero, assim como já pontuou meu colega Fernando Sá, que reconheço e respeito a importância histórica das entidades sindicais na defesa dos trabalhadores. Isso, contudo, não confere aos sindicatos o monopólio de representar a tudo e a todos, especialmente em matéria previdenciária. E separar esses campos é importante, porque as relações de trabalho não se confundem com a gestão da nossa poupança previdenciária.
Se há algo que o histórico da Petros nos ensinou, inclusive, é que nem toda liderança sindical está apta a assumir cargos na direção e nos Conselhos do nosso Fundo de Pensão. É muito difícil não correlacionar a atuação dos sindicatos nas posições que ocuparam na Direção e nos Conselhos da Petros, aos problemas que a entidade e nossos planos enfrentaram no passado, sob gestões nas quais esses Sindicatos tinham grande influência e participação. O que de bom efetivamente fizeram nessas desastrosas gestões, maculadas por investimentos temerários, equacionamentos e perda de direitos?
Por essa razão me causa muita surpresa ouvir candidatos das Federações se apresentarem como INDEPENDENTES e deslegitimar candidaturas daqueles que não são sindicalistas ou que exercem ou já exerceram função gerencial.
Vamos colocar em contexto que a independência é um atributo daqueles que não possuem vinculação ou atuação político-partidária, vínculo ou participação na gestão atual ou em gestões anteriores da Petros, ou qualquer outro tipo de agenda que possa interferir na sua atuação dentro dos Conselhos de modo que essa atuação não seja técnica ou pautada por outros interesses que não sejam o do participante.
É nesse ponto que fica bastante evidente a crise de representatividade e os conflitos de interesse que os sindicatos enfrentam no contexto atual, na medida em que:
(i) atuam como braço político de um partido e de um governo que possui uma agenda política para os Fundos de Pensão (agenda que pode não convergir com o interesse dos participantes);
(ii) possuem frequentemente agendas políticas, o que se revela por filiações e candidaturas (um dos representantes eleitos no Conselho Deliberativo da Petros exerce hoje a função de Deputado Estadual e outro já se candidatou ao legislativo estadual);
(iii) ocupam cargos de alta gestão e se alinham aos interesses da Petrobras, inclusive acompanhando o voto da patrocinadora em matérias controversas, como a nomeação de indicados políticos para os cargos de Direção na Petros; e
(iv) possuem lideranças eleitas pela própria patrocinadora no Conselho Deliberativo e no Conselho Fiscal, ainda que na condição de suplentes;
Como não conseguem explicar ou se desvincular desses conflitos ou da crise de representatividade que enfrentam, algumas lideranças sindicais recorrem a discursos divisionistas, que, ao fim e ao cabo, desqualificam parte da categoria petroleira. Sugerem, por meio desse discurso, que o exercício de funções gerenciais ou a capacidade técnica são um demérito quando não estão atreladas à atuação sindical, ou que aqueles que não se curvam ao seu discurso automaticamente são colocados em um campo político-ideológico oposto, quase sempre com o rótulo de “bolsonarista” ou “lava-jatista”.
Novamente, insisto que a estratégia dos nossos adversários em nos atacarem mais se parece uma cortina de fumaça para escapar ao debate técnico, com o qual temos pautado esta campanha, e às discussões sobre os problemas reais que afetam a nós participantes. E essa estratégia é reação à força que nossas campanhas vêm ganhando entre participantes ativos e assistidos. Em vez de atacarem nossas ideias e propostas, atacam as pessoas e buscam nos desqualificar, até mesmo pelos atributos que nos diferenciam dos demais, como a independência.
Reitero aqui, como mencionei na gravação do debate, realizada ontem, que tenho muito orgulho da minha trajetória profissional na Petrobras, porque não tenho padrinho político e todas as posições que ocupei no Sistema, sem qualquer apego, foram fruto de muita dedicação e de competência, o que me qualifica a estar hoje disputando um cargo tão nobre como o de Conselheiro Fiscal. E sou candidato porque decidi não me omitir diante da minha inquietação com o futuro da Petros, e, como um petroleiro que se sacrifica pela empresa, também quero uma aposentadoria digna, mas não vejo na atuação sindical hoje uma efetiva contribuição nessa direção.
Não participei e não tenho vínculo nem com esta nem com gestões anteriores da Petros e, assim como meus companheiros de chapa, não tenho agenda oculta, não tenho “rabo preso”, agenda política ou qualquer agenda externa que possa interferir na minha atuação como Conselheiro, se eleito for. Nossa INDEPENDÊNCIA é um valor inegável, o que não se pode dizer dos nossos oponentes nessa eleição.
Vamos lembrar que as duas vagas em disputa nessa eleição são as únicas vagas para Conselheiros Eleitos que ainda não são ocupadas pelos sindicatos, que ganharam em 2023 duas vagas no Conselho Deliberativo e uma no Conselho Fiscal.
A reflexão que os eleitores têm de fazer é se querem novamente eleger líderes sindicais (incluindo quem já foi Conselheiro por diversas vezes em décadas passadas e responde a processos por ter faltado com seus deveres de diligência), dando aos sindicatos a tão desejada hegemonia de representação dos participantes no Conselho Fiscal e no Conselho Deliberativo, ou se querem eleger representantes efetivamente independentes e comprometidos em atuar de forma técnica e transparente, sem receio de serem vozes dissonantes aos interesses muitas vezes convergentes entre a patrocinadora e as entidades sindicais.
Por fim, me cabe ressaltar que nosso papel é representar a TODOS, sem qualquer discriminação, seja de gênero, etnia, idade, posição político-ideológica, empresa de origem, cargo, qualificação, função ou situação em relação aos planos. E o faremos, como temos dito, por meio de uma atuação técnica e transparente.
Portanto, fique atento às armadilhas disfarçadas de ataque. Elas não nos intimidarão. Seguiremos firmes no propósito de fazer uma campanha técnica pautada pela ética e pela verdade.
Diego Dutra Chapa 61 - Conselho Fiscal Suplente: Constantino Angélico
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